Acabou toda essa brincadeira,
Não ha jeito de ser diferente,
Como sempre chegou quarta feira,
E a praça não é mais da gente.
Andam soltos, fantasmas e bruxas,
Lobisomens em noites de lua,
O saci dança em noites escuras,
E ninguém tá seguro nas ruas.
Tudo se repete ,oh maninha,
como antigamente,
E o diabo gosta, oh maninha,
arrepia a gente.
As igrejas de porta trancada,
Já não entra e nem sai mais milagre,
As pessoas de boca fechada,
Vão fazer o jejum que lhes cabe.
Clareando a sexta feira santa,
Segue a fila de velas acesas,
Vem cantando e o som se agiganta,
Orações pra quem não tem mais defesa.
Procissão de bastões e vassouras,
Estilingues, bodoques e pedras,
Canivetes facões e tesouras,
Aleluia é o quebra-quebra.
É a dança do queira ou não queira,
É vingança, é um Deus nos acuda,
É o malho, o fogo, a fogueira,
É o povo na pele de Judas.
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